terça-feira, 14 de junho de 2011

ENTREVISTA COM ELENCO DE X-MEN - PRIMEIRA CLASSE


Elenco de X-men - Primeira Classe falam sobre o novo filme.

Geralmente, as entrevistas coletivas são cheias de perguntas estranhas, de cunho pessoal, que não agregam valor algum ao filme que está ali para ser discutido. Mas quando o Omelete - representado pelos nossos parceiros do Collider - foi até Nova York para participar da coletiva de X-Men - Primeira Classe (X-Men - First Class) viu algo diferente. Estavam presentes Michael Fassbender, James McAvoy, January Jones, Kevin Bacon, Zoe Kravitz, Rose Byrne e Lucas Till e de forma bastante descontraída eles falaram sobre como foi entrar para este universo, o que conheciam dos quadrinhos e o que aprenderam e até mesmo os medos que tinham com relação ao projeto.

Para começar, Michael e James, vocês podem falar um pouco sobre seus papéis? Como se prepararam? Falaram com Patrick Stewart e Ian McKellen?

Michael Fassbender: Sir Ian McKellen tinha feito um trabalho incrível e ficou bem claro para mim que os fãs dos quadrinhos tinham ficado bem satisfeitos com a interpretação dele. Inicialmente, eu pensei comigo mesmo se deveria estudar o Ian McKellen mais novo, sua voz e trejeitos físicos. Então conversei com Matthew [Vaughn] sobre isso e ele não pareceu tão interessado na ideia. Ele queria que eu usasse minha própria visão do personagem e que seguissemos a partir disso. Descartamos completamente a possibilidade e eu realmente me dediquei à leitura dos quadrinhos. Tem muito material ali e eu acabei até sabendo mais do que queria com a quantidade de informação biográfica existente, mas consegui montar uma boa imagem desde complicado personagem.s

James McAvoy: Eu me senti mais ou menos da mesma forma. Falamos por algum tempo nos ensaios sobre imitar as vozes e tudo isso, nos divertimos bastante, mas não foi algo que permaneceu por muito tempo. Eu assisti atentamente à performance de Sir Patrick, da qual eu realmente gostei, mas a validação desse filme se dá quando os personagens são diferentes. Se não, são as mesmas interpretações, mas com uniformes mais sexy. Eu tentei pegar os pontos principais do personagem dele e convertê-los. Ele é um cara bom e eu não podia transformá-lo em mau, mas onde ele era sábio, eu era imprudente e assim por diante.

Teve alguma cena em especial dos anos 1960 que vocês realmente gostaram? Você estava muito bonita de branco, January.

January Jones: Você está se referindo à época ou aos uniformes? Eu gostei bastante de ser uma mutante. Nunca senti muito como se estivéssemos nos anos 1960. Dá pra sentir no estilo, mas você não fica extremamente consciente disso, pelo menos não das partes que eu estava presente. Me diverti muito com os uniformes, o set e a atmosfera. Eu percebi muito disso na personagem da Zöe; você incorporou a época no seu diálogo.

Zöe Kravitz: Como chamar o pai de "velho". E você [aponta para McAvoy] fala "do balacobaco".

McAvoy: Eu falo "do balacobaco" duas vezes. Nós realmente forçamos a barra naquela cena.

Jones: Acho que isso foi o que mais me remeteu aos anos 1960.

Kevin Bacon: E no submarino, quando aparece um televisor preto e branco pequenininho. É lógico que meu apê é de ponta, além do meu sistema de som, que é uma vitrola...

Jones: E sua mulher.

Bacon: Minha mulher é de ponta. Até eu trocá-la por um modelo mais novo [aponta para Kravitz]. Minha televisão é mais ou menos desse tamanho [mede 30 centímetros com as mãos]. Eu achei bem divertido, foi como um grande parquinho para mim.

McAvoy: Cérebro, aquela coisa que sempre está nos filmes do X-Men, é meio que a Estrela da Morte dos X-Men nesse filme. Nas outras versões ele é bem elegante e brilhante, parece que foi comprado numa loja de design. O nosso parece que tem pirulitos grudados. Uma das coisas legais do filme é que o estilo dele é todo cafona. Não acho que tivemos que fingir muito que estávamos na época, tudo ao nosso redor indicava isso.

Bacon: Uma das coisas que Matthew gritou para mim um dia durantes as filmagens é que eu estava atuando meio sessentista demais. É interessante porque você começa a se perguntar como é que se faz isso? Como eu mudo? Mas ele estava certo e tudo fez muito sentido para mim. Eu estava tentando interpretar uma ideia ao invés de apenas viver aquilo.

Existe uma área cinza entre o bem e o mal no decorrer do filme. Michael e Kevin, como essa área é relacionada aos seus personagens na justificativa daquilo que fazem?

Fassbender: Como público e ator, eu prefiro encontrar ambiguidade nessa área. Hoje em dia, especialmente nos grandes filmes comerciais, é tudo muito fácil, chega tudo mastigado para a plateia. Para mim, é bem mais interessante ver essas pessoas saindo do cinema conversando sobre isso e achando suas próprias bússolas morais, descobrindo o que de fato pensam sobre os atos desses personagens. Em termos de justificativa para o que eles fazem, eu entendo a motivação e de onde ela veio. Para mim, Erik é um personagem maquiavélico, os fins justificam os meios. Isso consegue o resumir muito bem em apenas uma frase.

Bacon: Eu acho que também é importante lembrar... As pessoas perguntam como é interpretar um vilão, o cara do mal. Eu não acho que aquilo que eu esteja fazendo está errado. Se eu realmente estou na pele de quem estou interpretando, eu não me considero mal, mas também não me considero do bem. Claro que minha percepção do mundo é uma na qual os humanos são uma ameaça à nossa sobrevivência. Como Michael disse, os fins justificam os meios. Os caminhos que ele vai tomar para realizar alguma ação, a natureza equivocada que o levou a isso e os aspectos egomaníacos estão presentes, mas ele não está pensando "farei algo do mal agora".

Fassbender: Isso foi bem maldoso! Meu nível de maldade acabou de subir!

Quem tem o poder mutante mais legal?

McAvoy: Cuspida ácida? Isso é bem legal.

Fassbender: O do Caleb [Landry Jones] também é bem legal.

McAvoy: Caleb é tipo um rock star para a humanidade. Nunca realmente percebemos isso, não é?

January, você ia dizer algo?

Jones: Sim. A que eu mais gostei foi a minha personagem.

Qual foi sua reação inicial quando descobriram que estariam no filme?

Rose Byrne: Quando eu ganhei o papel, fiquei bem nervosa! Foi bem de última hora e tudo já tinha começado, mas eu estava bem animada para trabalhar com esse elenco.

Jones: Eu estava um pouco nervosa, para ser sincera. É uma grande responsabilidade representar uma personagem que é tão adorada pelos fãs e eu queria fazer um bom trabalho. Tudo aconteceu bem rápido para mim também e eu estava nervosa pela parte física. Não sabia ao certo como, da noite para o dia, eu ficaria com um corpo incrível. Acabou não dando muito certo.

McAvoy: Eu fiquei um pouco surpreso. Não me via como o arquétipo de Sir Patrick Stewart; careca, capitão Jean Luc Picard da nave Enterprise. Essa foi uma das partes mais difíceis de entender. Eu li o roteiro, pelo menos as primeiras 40 páginas que existiam na época, e percebi que poderíamos guiar os personagens por caminhos completamente diferentes. Podia me divertir com ele, fazê-lo um pouco mais bobo, mais bêbado, um pouco mais animado. Isso foi bem divertido.

Fassbender: Fiquei bem intrigado.

Bacon: Não sei se isso diz algo sobre minha auto-estima, mas a primeira coisa que passou pela minha cabeça quando disseram que estavam me oferecendo um papel no novo X-Men foi: "Quem teve que sair pra eu entrar?"

Fassbender: Foi o Brian Dennehy. [risos]

McAvoy: Eu acho que foi o Brian Brown! [risos]

Kravitz: Eu fiquei muito empolgada.

Lucas Till: Acho que, em poucas palavras, pensei "puta merda"! Incrível. Essa realmente foi minha reação.

Bacon: Vou te dizer que a única coisa que me preocupa é que eu não pareço nem um pouco com o personagem dos quadrinhos. Ele é um cara gigantesco e musculoso com o cabelo preso num rabo de cavalo e se veste como George Washington. Quando o vi pela primeira vez, pensei que eu era uma escolha bem estranha para interpretá-lo. Agora é óbvio que Matthew estava pensando em seguir um caminho diferente. Uma das coisas boas dos quadrinhos é que eles adoram falar sobre a história anterior do personagem. Eu aprendi um monte de coisas sobre ele; como ele era quando jovem, onde cresceu, a relação com seu pai e com sua falecida mulher. Tudo serviu como ótima ajuda na hora de criar o personagem. Então espero que tenha sido fiel à sua essência, mesmo que eu não seja fisicamente parecido com ele.

Rose, enquanto estava filmando, você chegou a sofrer de inveja de poder? Ou foi bom pelo fato de você não ter que passar por efeitos especiais?

Byrne: Na época foi bom, porque eu não tinha que me maquiar. Eu chegava às seis da manhã enquanto Nicholas Hoult tinha que estar lá às duas.

McAvoy: Sua personagem tem um poder, o do cabelo perfeito o tempo todo.

January e Zöe, além dos poderes mutantes, vocês duas meio que usam a sensualidade como arma.

Kravitz: Não usamos, não. [risos]

Então eu gostaria de saber se isso foi algo da direção, se fizeram pesquisas sobre as personagens e se isso é algo que vem facilmente para vocês.

Jones: Minha sensualidade vem muito facilmente para mim. Eu achei que isso é grande parte da personagem que é a Emma Frost. Talvez, diferente dos personagens mais novos que ainda estão desenvolvendo seus poderes, eu já tive tempo de aperfeiçoar isso, então uso ao meu favor. Acho que a vaidade de Emma é de grande importância para seus poderes. Sua maquiagem, sua aparência é bem importante pra ela.

Kravitz: Eu pesquisei bastante sobre sutiã de enchimento. [risos]

Vocês podem falar um pouco sobre o porquê dessa franquia em particular fazer tanto sucesso nas bilheterias?

Jones: Eu acho que são os fãs.

Fassbender: É. Eu acho que todo o conceito de X-Men é uma ideia bem madura. Ao contrário dos super-heróis convencionais dos quadrinhos, existe um tipo de alter-ego que compensa o geek interior. Acho que essa ideia de alienação é um fator universal, tanto faz se é uma crença religiosa, étnica ou orientação sexual. Acho que todos passam por isso, mesmo que em uma menor escala, quando estão no colégio e querem ser aceitos pelos outros. Então acho que isso toca em um ponto sensível com o qual as pessoas conseguem se relacionar.

Só de observar vocês agora dá pra perceber que existe uma conexão bem legal. Rolou uma conexão instantânea ou foi aos poucos?

McAvoy: Eu me dei bem com Michael logo no primeiro dia. Apenas aconteceu, nós não esperávamos por isso. Uma coisa levou à outra... [risos]

Fassbender: Kevin e eu trocamos capacetes. Nós esfregamos muito capacetes e conseguimos nos conhecer em níveis bem íntimos. [risos]

McAvoy: Esse laço se desfez e do nada, ele já não liga mais para mim. Ele está em Prometheus agora. Tudo bem, cara. Nós tínhamos algo. [risos]

Bacon: Nos encontramos mais tarde para uma polida de capacetes. [risos]

McAvoy: A resposta para sua pergunta é que nos dávamos muito bem, sim, o que é bom. Uma das coisas nos filmes dos X-Men é que sempre tem 5 mil personagens que tem que ser explorados dentro de duas horas. Isso pode se provar uma tarefa e tanto. Acho que Matthew fez um ótimo trabalho contando a história de cada um. Parte disso é que há uma harmonia entre todos e essa conexão e química acaba passando para a tela também.

Fassbender: E o apoio uns dos outros. Esse foi o diferencial. Foi bem difícil. Estávamos sob muita pressão e não tínhamos muito tempo para preparar as coisas. Nós tivemos que começar tudo imediatamente. Tenho que dizer que fiquei bem impressionado com o elenco mais novo, que estava entrando em algo tão grandioso. Eles ainda têm poucos filmes nas costas, mas tem uma certa abertura e não ficam se achando ou são inseguros, o que poderia levá-los a um mau comportamento ou coisa do tipo. Dava para percever um enorme talento de base, mas uma ótima abertura. Tenho que dizer que fiquei bem impressionado com isso.

Esse filme me deixou com um ponto de vista bem diferente dos outros três filmes. Enquanto os créditos passavam, eu pensava comigo que o Magneto até tem uma certa razão.

Fassbender: Eu concordo contigo, cara. Suas ações dizem uma coisa, mas sua filosofia permanece verdadeira. Tudo o que ele diz se realiza. Como todos sabemos, a história nos ensina que somos uma raça incrivelmente destrutiva e o fato de que toda vez que um elemento que causa medo é introduzido em algo desconhecido ou diferente, nossa tendência é destruí-lo. Então todas as discussões que Charles e Erik têm, no final, os humanos acabam provando que Erik está certo.

McAvoy: Acho que a outra coisa que percebemos nos outros filmes dos X-Men é que é bem comum as forças da humanidade serem lideradas por seres maquiavélicos. Nesse filme, sinto como se os humanos tivessem decidido eliminar todos os mutantes apenas por estarem com medo. É uma reação bem humana, o que não faz dos mutantes os caras do mal, mas te faz pensar que o Magneto está certo, porque eles não estão nem tentando ser ruins e ainda assim os humanos querem destruí-los. Os mutantes estão apenas reagindo, o que torna tudo isso bem mais real.

Ouvimos falar sobre o longo processo de filmagem e como tudo rapidamente foi montado. Algumas vezes, quando acontece coisas como essas em filmes, o produto final acaba não sendo muito bom, o que não foi o caso aqui. O filme ficou incrível. Vocês podem falar um pouco sobre suas reações depois que viram o filme todo?

McAvoy: A primeira coisa que fiz foi ligar ao Michael e dizer: "Cara, você tem que ir ver o filme rápido porque ficará aliviado. Você vai conseguir ir ao banheiro novamente." [risos] Estávamos preocupados porque, algumas vezes, essas coisas acabam se tornam pesadelos enquanto se está fazendo. Está bem documentado, então não há porque esconder, mas tudo acabou muito bem. Sempre pensamos que poderia ter sido bem diferente e realmente fantástico ou bem ruim e diferente. [risos]

Alguém mais tem algo a dizer sobre a primeira vez que viu o filme?

Bacon: Eu fiquei de boca aberta. Fiquei mesmo. Muitas pessoas com quem falei me disseram que nunca tinham me visto reagir a um de meus filmes desse jeito. Também foi bem legal para mim porque tem várias partes nas quais não estou e que não sabia que existiam. Eu não conhecia a relação entre o grupo e não tinha visto todos os cenários onde eles estiveram, então eu estava vendo muitas coisas pela primeira vez. Apesar de já termos visto alguns dos modelos dos efeitos, eles eram de cair o queixo. Estavam muito bem feitos. Até mesmo as cenas nas quais estamos presentes, não sabíamos exatamente como elas ficariam. Por exemplo, eu não tinha ideia de como meu poder seria. E ficou bem legal. Eu fiquei em êxtase.

Zöe, como foi trabalhar em um filme tão grandioso como esse após ter trabalhado em tantas produções menores?

Kravitz: Foi mais chique. [risos] Sinceramente, não foi tão diferente apenas pelo fato de todo mundo ser tão legal. Eu sinto que se estivesse aqui com um monte de idiotas hollywoodianos, teria sido uma experiência bem intimidadora e terrível. Se todos estão ali para fazer um bom filme, todos têm os pés no chão e estão ali pelos motivos certos, não importa muito qual a escala.

Quão popular são os quadrinhos dos X-Men na Alemanha e Inglaterra, onde vocês foram criados? Era algo que vocês conheciam quando crianças?

Fassbender: Eu não conhecia. Desde que peguei o papel, conversei com várias pessoas e descobri que fãs de X-Men estão por toda parte. Até o garçom me disse "eu sou fã de X-Men, vê se não estraga". É exatamente disso que eu estava falando mais cedo, acho que os temas envolvidos são tão universais que há X-Men e mutantes em todo lugar. Fiquei bem surpreso ao descobrir como o público é amplo e está espalhado.

McAvoy: Eu conhecia o desenho animado. Não sei se é a mesma versão do desenho, mas quando tinha uns 10, 12 anos, tinha um amigo que assistia a animação o tempo todo. Mas nunca soube nada dos quadrinhos, eles não eram muito importantes na minha infância.

Vocês já assinaram contratos para voltar em um próximo filme?

Fassbender: Eles nunca perdem a oportunidade de fazer dinheiro. Então se esse filme for bem de bilheteria, tenho certeza que estaremos de volta ano que vem! [risos]

Bacon: Eu já assinei o contrato, mas se vocês viram o filme todo, sabem que minha situação não é muito favorável. [risos]

Para encerrar, vocês têm outras histórias engraçada ou louca de encontro com fãs?

Fassbender: Eu me lembro de um comentário que li em um blog dizendo que o pôster parecia com um catálogo da Sears, o que eu achei bem engraçado. [risos]

http://www.omelete.com.br/cinema/x-men-primeira-classe-omelete-entrevista-elenco-do-filme/

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terça-feira, 7 de junho de 2011

O SOLTEIRÃO

 O Rei Solitário...

Não se engane pelo título em português. O Solteirão não tem nada de engraçado, apesar de um leve toque de humor negro.
"Solitary Man" (Homem solitário), título original que o transmite de maneira mais realista é um filme triste e melancólico sobre um homem que não viu o tempo passar e continua preso ao seu outrora glorioso passado. Um homem que passou a vida toda olhando para trás e tropeçando em tudo que vinha á sua frente, entre elas com certeza várias mulheres, fato que o fez se divorciar de Nancy (Susan Sarandon de " Telma e Louise")
Michael Douglas é Ben Kalmen, ex-dono dono de uma concessionária que foi a falência por causa de uma série de golpes, além de descobrir ter sérios problemas cardíacos.
Apesar dos problemas financeiros ele tenta manter uma vida de status e de aparências.

A única coisa que ainda o aproxima de uma certa humanidade é o contato com sua filha Susan (Jenna Fischer de "Passe Livre") e seu neto, mas até isso ele consegue destruir, como a lenda do ambicioso rei em que tudo que tocava virava ouro, lhe restando viver só, num reino que poderia lhe ser valioso, mas se tornou o seu triste e solitário mundo.



Ben Kalmen namora com Jordan ( Mary-Louise Parker de "Tomates verdes Fritos") com interesse de voltar aos negócios, já que ela é filha de um grande homem de negócios.
Com a sua filha Allysson (Imogen Poots) querendo ingressar na faculdade onde Ben se formou ela o pede que a acompanhe na viagem até a faculdade, mesmo a contra á vontade da filha.

Lembram da história do escorpião que pede para atravessar o rio nas costas do sapo e mesmo após a promessa de não picá-lo, acaba picando-o e o sapo morrendo lhe pergunta: "Eu te ajudei e você me picou? agora nós dois vamos morrer ", e o escorpião lhe diz: "O que posso fazer, sou um escorpião e essa é minha natureza".
Essa velha história também nos faz lembrar muito o personagem de Michael Douglas.




Mesmo com a chance de voltar ao mundo dos negócios, Ben não resiste ao seu instinto de conquistador e se envolve com  Allysson.
Se Ben já estava em queda livre, após a descoberta desse novo caso pela namorada, ele chega ao fundo do poço, mas nem assim o seu orgulho o faz perder a pose. 
Sem casa, sem emprego, sem família só lhe restou os poucos amigos como o velho amigo Jimmy Merino (o também sumido Danny De Vito que já atuou com Michael Douglas em "A Guera dos Roses".
Além de seu mais novo amigo e admirador Daniel Cheston (Jesse Eisenberg num atuação que pouco se difere do nerd de "A Rede Social" de David Fincher que já dirigiu Michael Douglas em "Vidas em Jogo"). Amigo o qual apesar da admiração e conselhos não impede que Ben mais uma vez sem remorso dê vazão ao seu velho instinto de  conquistador.



Michael Douglas já viveu várias vezes o papel de executivo bem sucedido e muitas vezes sem escrúpulos como em "Wall Street", "Assédio Sexual"  ou "Um Crime Perfeito" entre outros, mas dessa vez ele desconstrói esse personagem que o marcou durante tanto tempo.
Muitas vezes o seu personagem chega a ser incômodo devido a arrogância e as suas escolhas, causando uma certa empatia com o público, amenizada pela atuação correta e comedida de Michael Douglas.
No final do filme Ben sentado ao lado da sua ex-esposa no mesmo banco em que se conheceram na faculdade relembra mais uma vez  de forma melancólica o passado em que era um homem poderoso e segundo ele "fazia a diferença apenas por estar numa sala e hoje em dia só os velhos o reconhecem fazendo-o se sentir invisível".

Talvez seu único "amigo" seja seu próprio orgulho que mesmo ser o ter  levado a lugar nenhum, o faz olhar para os lados com aquele velho ar de superioridade e mesmo sem nada a sua volta jamais o abandona. O Tempo é cruel com aqueles que não o aceitam, e é justamente isso que ficará na sua cabeça ao final desse triste e solitário filme...



Título original:Solitary Man
Gênero:Comédia Dramática
Duração:1 hr 30 min
Ano de lançamento: 2010
Estúdio: Millenium Films / Smartest Man Productions
Distribuidora: Anchor Bay Films (EUA) / Califórnia Filmes (Brasil)
Direção: Brian Koppelman, David Levian
Roteiro: Brian Koppelman
Produção: Donna Golomb, Heidi Jo Markel, Paul Schif e Steven Soderbergh
Música: Michael Penn



NOTA: 7.0


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quinta-feira, 2 de junho de 2011

CAMINHOS DA LIBERDADE

 A Volta triunfal de Peter Weir


Havia quase 2 semanas que na volta do trabalho passava pelo cinema, olhava todos cartazes em busca de algo interessante para assistir e com tamanha tristeza seguia meu caminho de volta pra casa.
Só via piratas, carros velozes (e furiosos), cachorros que falam, comédias românticas entre outras besteiras que tanto preenchem (com certeza não a mente) os "olhos" de um certo público (principalmente o jovem) freqüentadores das salas de cinema (principalmente em shoppings).
 E qual foi meu alívio ao me deparar com "Caminhos da Liberdade" novo filme do Australiano Peter Weir  ("A testemunha", "Mestre dos Mares" e "Sociedade dos Poetas Mortos).  
No Elenco o experiente Ed Harris (de "Apolo 13" ,"Segredos do Abismo", "  e que já trabalhou com o diretor em "O Show de Truman") além de Collin Farrel ("Por um fio" e "Miami Vice")





 Minhas fichas estavam em boas mãos naquela unica e ótima aposta em meio a tantos filmes desacerbados.
 Já devidamente acomodado percebi uma diferença no público que adentrava o cinema. Nada de adolescentes frenéticos, falantes e barulhentos e sim um público mais velho e experiente (talvez eu fosse o mais novo ali) , que não estavam lá para se divertir (não que cinema não seja também entretenimento) mas para admirar aquela "pequena" Obra prima que estava por vir.
Em 1940 Janusz (Jim Sturgess de "Across the Universe" num ótima e segura atuação) é preso acusado de espionagem e traição quando foi denunciado pela esposa que sob tortura o entregou para os russos. 
Se recusando a assinar uma confissão  é mandado para um "Gulag" soviético (campo de prisioneiros na sibédria), onde ele conhece o ladrão russo Valka (Collin Farrel), Mr Smith (Ed Harris) e mais alguns companheiros, que decidem numa noite de tempestade e nevasca fugir junto com ele. 


As chances são bastante remotas: se não morrerem na tempestade podem ser pegos pelos soldados russos e um prêmio é oferecido pela cabeça de cada prisioneiro que forem capturados aos habitantes das redondezas. 
Mas quando a morte é algo inevitável e a liberdade lhes é tirada, o impossível se torna apenas mais um obstáculo, preferindo morrer livres do que viver naquele inferno eles partem numa fuga mortal.





 Tendo a natureza como belo pano de fundo e tornando-se tanto por sua beleza quanto por seus perigos, mais um elemento nessa jornada épica, os 7 prisioneiros partem na maior jornada de suas vidas, seguindo a pé 6.500 quilômetros da Sibéria, passando pelo Himalaia, deserto de Gobi, as muralhas da China até chegar a Índia tudo magnificamente fotografado por Russel Boyd, companheiro de longa data de Peter Weir. 
Quando vi entre as produtoras do filme a National Geographic esperava belas paisagens e com a junção de Peter Weir na direção não poderíamos esperar algo menos que magníficoNo meio do caminho os prisioneiros percebem que estão seguidos por Irena (Saoirse Ronan de "Um Olhar no Paraíso"), uma garota órfã Polonesa que apesar das contrárias acaba se juntando ao grupo.
Não espere um filme de aventura, apesar da luta do homem contra a natureza em cenas fantásticas como na nevasca na sibéria e na tempestade de areia no deserto, Peter Weir explora muito bem os dramas, sentimentos e principalmente o instinto de sobrevivência dos personagens, apesar de explorar pouco o passado deles, somente do protagonista Janusz.







É engraçado ver um filme como esse passar batido do grande público e até do oscar , que esse ano teve filmes tão insossos e inferiores a este como o Western dos irmãos Cohen "Bravuta Indômita" e até mesmo o vencedor "O Discurso do Rei". 
O Filme recebeu apenas uma indicação de Melhor maquiagem. Destaque também para a ótima trilha sonora de Burkhard Dallwitz) 
Há muita controvérsias sobre a veracidade da história contada no filme que foi baseada no livro "A Longa Caminhada"(The Long Walk - The true Story of trek of Freedom") de Slavomir Rawicz. 
Polêmicas a parte Peter Weir rompe de maneira brilhante seu hiato de 7 anos (O último filme foi "Mestre dos Mares" de 2003) e nos dá um filme fascinante, contemplativo e principalmente reflexivo
sobre o poder da superação, da esperança e da alma humana...

NOTA:8,5






Diretor: Peter Weir
Elenco: Colin Farrell, Dejan Angelov, Dragos Bucur, Ed Harris, Mark Strong
Produção: Duncan Henderson, Joni Levin, Nigel Sinclair, Peter Weir
Roteiro: Keith R. Clarke, Peter Weir, baseado na obra de Slavomir Rawicz
Fotografia: Russell Boyd
Trilha Sonora: Burkhard Dallwitz
Duração: 132 min.
Ano: 2010
País: EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Califórnia Filmes
Estúdio: Imagenation Abu Dhabi FZ / Exclusive Films / National Geographic Films / On the Road / Point Blank Productions
Classificação: 12 anos


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