segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BAHÊA MINHA VIDA

Quem me conhece sabe que tenho entre minhas grandes paixões o cinema e o Bahia e vê-los unidos de forma tão genial no cinema não poderia ter outro resultado: ao subir dos letreiros com os olhos cheios de lágrimas me vi em pé aplaudindo com outros apaixonados aquela linda homenagem prestada, além de ao próprio time, a sua torcida.
Que paixão é essa? Ela tem explicação?
Essa é a pergunta que o diretor Márcio Cavalcante tenta explicar, ou ao menos externar no pouco mais de 100 min do filme.
É interessante que no decorrer do filme via que não era só a história do Bahia que estava sendo contada, era em parte também a minha própria história.




Estive presente em vários momentos mostrados no filme, dos  mais alegres desde meu primeiro jogo em 88, ano do segundo título nacional do Bahia  (comecei com o pé direito), o gol histórico de Raudinei na final do baiano de 94, (O qual tenho o ingresso guardado até os dias de hoje) e a subida do time pra série A em 2010 no jogo contra a Portuguesa, depois de anos fora da elite do futebol brasileiro, até os mais tristes como  a campanha na Série C (No qual o time colocava mais de 60 mil pessoas num estádio sendo recorde de público daquele ano) ao desastre da fonte nova (no qual não consegui entrar por não conseguir ingressos) que mais tarde resultou na sua demolição.



O Legado
Assim como num clã, esse amor é passado de geração para geração. Fui levado pela primeira vez ao estádio pelo meu pai ainda muito novo, e nesse ano no dia dos pais cumpri mais uma vez a tradição levando meu filho de 2 anos ao seu primeiro jogo, e foi emocionante ver o brilho e o fascínio nos seus olhos ao adentrar aquele mundo que agora também será dele. Mas vamos ao filme...

O filme começa contando a paixão do brasileiro por futebol para logo depois contar a história do clube desde sua fundação em 1931 quando surgiu da junção da Associação Atlética da Bahia e o clube Bahiano de tênis.
Primeiro Contato com o Santuário
 Já no seu primeiro ano fazendo história sendo campeão invicto, quando surgiu o slogan: "Nasceu para vencer". Apesar de ser um time novo a sua torcida já naquela época demonstrava um grande amor e devoção superando as outras torcidas, quando surgiu mais um famoso slogan: "Ninguém nos vence em vibração". Todo o ínicio do clube é contato por Rubem Bahia, primeiro atacante do Bahia que conta tudo num grande sentimento de nostalgia definindo aquele tempo como um era mágica em que " era feliz e não sabia".



Em 1959 veio mais uma grande superação, ao vencer o Santos de Pelé na final da Primeira Taça Brasil , sendo o primeiro clube brasileiro a disputar uma Taça Libertadores da América, contado pelo ex-jogador Leone. Num dos momentos mais gratificantes e emocionantes do filme 4 jogadores do time de 59 se encontram para um bate papo e aos poucos vão percebendo  quem são e se redescobrindo num grande acerto do diretor Márcio Cavalcante.



Os anos 70 também é relembrado quando o Bahia teve um dos seus maiores e melhores times, sendo hepta-campeão baiano. Grandes craques e ex craques aparecem no filme que vão desde Marito , Leone, Vicente (do time de 59)  Osni, Eliseu, Baiaco ,Sapatão, Beijoca , Douglas (do grande time dos anos 70) Ronaldo, Bôbô, Charles , Zé Carlos, e o técnico Evaristo de Macedo (do time de 88), aos "mais recentes" como Uéslei e Raudinei.
Senti falta de alguns craques como o grande volante Paulo Rodrigues ( do time de 88, 89 e 90), Luiz Henrique (que chegou a  seleção)  e Marcelo Ramos ( da 4ª colocação do brasileiro de 1990) o baixinho Naldinho que incendiava a fonte nova com seus dribles, e o últimos grandes artilheiros do time , Rob Gol e  Nonato.
Outro grande acerto foram os depoimentos.
Ao todo foram 120 entrevistados (Segundo o diretor mais de 70% foram as lágrimas) , que passam por todas as classes socias, credos, raças,  mostrando do torcedor mais simples, passando por historiadores, artistas, pesquisadores, ex- jogares, jornalistas, técnicos, comentaristas, todos unidos para discutir o fascínio e o amor a esse clube.



O Filme é muito bem montado, tornando o filme bastante didático, fazendo com que todos os depoimentos pareçam um só, como se fosse uma única voz. Se você for torcedor do Bahia com certeza vai se emocionar. Se você não for, não vai conseguir ficar impassível, a esse filme.
Termino com as palavras do goleiro Renê num dos relatos mais emocionantes do filme: "Me desculpem as outras torcidas, mas não podemos chamar isso apenas de torcida, nós temos que arrumar um nome acima de amor".
2007 Fonte Nova
E o Bahia é isso: É mais que amor. É  uma religião. É algo que transcende qualquer entendimento, teoria e explicações racionais.
 É algo que como o grande Edmundo Franco disse: "Só a morte para acabar com meu amor pelo Bahia" (ele faleceu antes da finalização do filme, assim como Leone, Rubem Bahia e Lourinho) Talvez nem a morte diria, pois o Bahia é mais que um legado.
Melhor parar por aqui, pois Bahia é maior do que qualquer explicação...





Primeira Camisa de 94 e meu presente de Natal...rs
Bahêa minha vida 
(Bahêa minha vida: 2011 / Brasil)
Direção: Márcio Cavalcante
Roteiro: Márcio Cavalcante
Duração: 100 min.


NOTA: 10,0


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