127 HORAS
No meio do caminho havia uma pedra...
As coisas mais simples tomam uma proporção gigantesca e palavras que com um tempo foram "pintadas" com tons de banalidade como "eu te amo", tomam proporções reais, como a própria vida.
É aí que você percebe que deveria ter dito coisas que preferiu guardar. Que deveria ter dito eu te amo para as pessoas que realmente se importavam com você, e que deveria ter vivido coisas que sempre deixou para o amanhã, mesmo sabendo que ele é incerto.
E é exatamente isso que Aaron Ralston (James Franco numa atuação surpreendente) irá viver, numa história que por si só já seria fascinante o suficiente pra prender nossa atenção e que toma proporções assustadoras quando sabemos que se trata de uma história baseada em fatos reais...
Aaron Ralston é um jovem alpinista de bem com a vida e aventureiro que decide explorar as montanhas no deserto do Grand Canyon (a sua segunda casa segundo ele próprio) em Utah, nos Estados Unidos quando acaba sofrendo um acidente, caindo em uma fenda e ficando com seu braço preso a uma pedra e vivendo as piores e mais longas 127 horas de sua vida, tendo em mãos apenas seus equipamentos, pouca comida e 400 ml de água.
Sem contar com pessoas que soubessem do seu paradeiro ou que pudessem ouvi-lo e lhe resgatar, só lhe restou lutar pela sua própria vida. Preso a lembranças Aaron tenta superar a dor, o frio e a solidão e principalmente a vontade de desistir.
Aquela pedra representa tudo que foi deixado para trás por ele sem ter sido dado o devido valor: a família, os amigos, o emprego, a infância.
O próprio Aaron num momento do filme relata que tudo que ele fez foi seguir a sua vida de maneira desgovernada até o dia que encontraria aquela pedra que por sua vez também fez o mesmo...
Ele então decide registrar em vídeo o que acredita ser seus últimos momentos de vida, é aí que vem os momentos mais emocionantes do filme.
Aaron prova dos sentimentos e desejos dos mais simples aos mais inusitados fundindo em sua mente sonhos e realidade numa tentativa desesperada de resgatar seu passado.
O Diretor Inglês Danny Boyle (de Trainspotting , Quem quer ser um milionário) mostra mais uma vez ser um diretor versátil, conseguindo fazer do que poderia ser um filme monótono e chato por ter na sua maior parte um personagem e uma locação num filme instigante e bem original, fazendo muitas vezes com que quem esteja assistindo se sinta dentro do filme, sentindo a dor e a angústia do Aaron, o que torna o filme mais visceral.
Mas com certeza os méritos vão na sua maioria para o ator James Franco (de Homem Aranha) na melhor interpretação de sua carreira. Confesso que sempre o achei um péssimo ator.
James Franco leva o filme nas costas numa atuação fabulosa, inesperada e surpreendente se saindo bem tanto nas partes dramáticas quanto nas cômicas.
Em uma de suas entrevistas ele conta que assistiu ao videos gravados pelo verdadeiro Aaron (que aparece no final do filme) o que o ajudou bastante na composição do personagem.
O Filme causou polêmica com a cena em que Aaron tem que amputar o próprio braço para se livar da rocha, segundo notícias algumas pessoas teriam passado mal e desmaiado com a cena.
Polêmicas a parte o único ponto negativo vai pra edição em alguns momentos lembra um vídeo-clip, talvez feito dessa maneira para quebrar a monotonia mas que acabou se tornando irritante.
O Filme foi indicado ao oscar em 6 categorias: Melhor Filme, Melhor Ator para James Franco, Edição, Trilha Sonora Original, Canção Original e melhor roteiro adaptado.
Esse foi 127 Horas, uma jornada extraordinária, claustrofóbica e fascinante aos desejos e medos de um ser humano.
127 HORAS (127 Hours)
Diretor: Danny Boyle
Diretor: Danny Boyle
Elenco: James Franco, Lizzy Caplan, Kate Mara, Amber Tamblyn, Kate Burton, Darin Southam.
Produção: Danny Boyle, Christian Colson, John Smithson
Roteiro: Danny Boyle, Simon Beaufoy
Fotografia: Enrique Chediak, Anthony Dod Mantle
Trilha Sonora: A.R. Rahman
Duração: 100 min.
Ano: 2010
País: EUA/ Reino Unido
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Fox Film
Estúdio: Cloud Eight Films / Darlow Smithson Productions / Pathé
Classificação: 16 anos
NOTA: 9,0
FILME
LEGENDA
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1 comentários:
Muito bom!
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