JCVD
O que aconteceu com Jean Claude Van Damme???

Assim como muitos adolescentes da minha época o tinha entre meus atores prediletos e os seus filmes eram o que havia de mais legal no cinema de ação dos anos 90, juntamente com Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone.
O que houve com Van Damme? Assim como minha adolescência, aquele Van Damme ficou pro passado.O tempo passou e ele não soube se reinventar.
Ao invés disso tentou (sem sucesso) reviver o seu passado: Soldado Universal 2 ( Um dos piores filmes que já vi.) e "Replicante" (Tentando a formula de sucesso de “Duplo Impacto” com dois “Van Dammes”) .
Os bons filmes de ação como: “Time Cop”, “Morte Súbita” “Risco Máximo” , “Soldado Universal” e “O Alvo (esse com o mestre da ação John Woo) deram lugares a verdadeiras bombas como “Inferno “ (Mais um dos piores filmes que já vi), “Operação Fronteira” (mais um pra lista dos piores) , talvez a única coisa que tenha feito de bom nesse tempo foi o bom drama de prisão “Hell”.

Seus concorrentes do cinema de ação tomaram seus rumos: Arnold foi pra política, já Stallone conseguiu com êxito reviver seu passado com "Rambo IV" e "Rock VI" (Van Damme chegou a negar o convite de Stallone para participar do ainda inédito e gravado no Brasil “Os Mercenários), restando a Van Damme voltar as suas origens ou seja, o mercado Europeu.


E é justamente disso que se trata JCVD, Um astro decadente voltando para sua cidade natal e que pode ser visto de 2 maneiras: Um filme sincero de um astro que deu a cara a bater após suas derrotas ou uma amostra patética de um rei que fez ruir o seu próprio castelo só lhe restando a humildade (quase sempre tardia).
Em uma cena o advogado de acusação no tribunal cita os “belos exemplos paternos” contidos em seus filmes como: Mutilação, tiros, etc...
Van Damme então se dirige a um correio para tentar fazer uma retirada em dinheiro pois o banco não liberava o seu cartão, quando percebe que o correio está sendo assaltado. A Polícia chega ao local e corre o boato de que Van Damme seria um dos assaltantes , criando um alvoroço na multidão que de vilão acaba tentando transformá-lo em herói, (Assim como no clássico de Sidney Lummet “Um dia de Cão”- guardada as devidas proporções claro) .
Van Damme tem nesse filme uma de suas melhores atuações. Os chutes e pontapés ainda estão lá, mas dessa vez ele não faz mais disso sua principal arma.
O Monólogo de quase 6 minutos sobre drogas, fama, mulheres, remorso, culpa e a decadência de sua carreira são dignos de aplauso, chegando a emocionar.
Ele mostra estar cansado (literalmente) de tudo isso , bem representado na ótima tirada no começo do filme quando faz uma cena de ação de 4 minutos ininterruptos e que no final da cena é tratado com desprezo por um diretor chinês e agora tem algo a mais a mostrar além de seus golpes e músculos.
Ele mostra estar cansado (literalmente) de tudo isso , bem representado na ótima tirada no começo do filme quando faz uma cena de ação de 4 minutos ininterruptos e que no final da cena é tratado com desprezo por um diretor chinês e agora tem algo a mais a mostrar além de seus golpes e músculos.

JCVD foi muito bem recebido pela crítica, e a revista TIME declarou a performance de Van Damme neste filme como a segunda melhor do ano de 2008, perdendo apenas para Heath Ledger no papel do Coringa em “O Cavaleiro das Trevas”.

É cedo ainda para dizer se essa será uma nova reviravolta na carreira do “astro”, mas uma coisa podemos dizer: poucas vezes um ator foi tão corajoso em expor de maneira tão verdadeira a sua própria decadência...
Ano de Lançamento: 2008
Direção: Mabrouk El Mechri
Elenco: Jean-Claude Van Damme (Ele Mesmo), Zinedine Soualem,
Karim Belkhadra, François Damiens
Elenco: Jean-Claude Van Damme (Ele Mesmo), Zinedine Soualem,
Karim Belkhadra, François Damiens