terça-feira, 28 de agosto de 2012

ENTREVISTA BRIAN DE PALMA


 O Mestre de Brian de Palma está de volta e no estilo que o consagrou e o fez ser conhecido como sucessor de Hitchcock e ser grande influência para diretores consagrados como Quentin Tarantino.
O novo Filme "Passion" teve seu primeiro trailer lançado e já deixou os fãs na expectativa.
O último filme do diretor foi o Documentário "Guerra sem cortes" de 2007 (confira Entrevista). Confira a entrevista do diretor que participará com seu filme do festival de Veneza. 
Passion é um remake de Crime de Amor, filme de Alain Corneau de 2010 com Ludivine Sagnier e Kristin Scott Thomas.

De Palma: O relacionamento complexo e tórrido entre as duas mulheres construído por Corneau me agradou. É uma boa base para desenvolver uma história mais intrincada e misteriosa em relação ao original, no qual se descobre logo quem matou quem. O prazer do thriller é juntar um mecanismo rico em estratagemas e descortiná-lo apenas no final. 


Então, trata-se de uma revisita cheia de mudanças.

 Sim. No original, a tensão sexual era sugerida, enquanto, no meu filme, ela vai além disso. No início, eu procurava uma atriz madura, parecida com a gerente do filme original. Mas Noomi Rapace me conquistou com o seu carisma. Rachel McAdams leu o roteiro e chegou com Noomi. Elas tinham se conhecido no set do últimoSherlock Holmes e desenvolveram uma relação forte, que usei no filme, aquele modo delas de jogar uma contra a outra, sexy e perigoso ao mesmo tempo.

Cinco anos atrás, o senhor levou a Veneza Guerra sem Cortes, filme sobre a guerra no Iraque. Agora, retorna ao thriller.

Fazia anos que não dirigia esse tipo de filme. Encontrei esse material e comecei a visualizar as imagens da história: uma aventura excitante. Para a música, chamei Pino Donaggio, que colaborou comigo em tantos filmes. O thriller é um gênero que me permite colocar em cena as minhas visões. Em Passion, há sequências oníricas aterrorizantes: um balé, A Tarde de um Fauno, coreografado por Jerome Robbins, que se insere perfeitamente no filme.


O senhor é um habitué do Festival de Veneza.

O público sempre acolheu meus filmes com entusiasmo em Veneza. Amo e frequento a cidade como hóspede do meu amigo Pino Donaggio.



Com Scorsese, Lucas e Spielberg o senhor fundou a Nova Hollywood. Ainda mantém contato com eles?

Nós nos tornamos amigos entre os anos 70 e 80. Chegamos a cair na estrada juntos e, de vez em quando, nos vemos. Mas hoje cada um de nós tem o seu mundo. Vivemos em lugares diferentes, fazemos coisas diferentes. Eu prossegui com a minha busca e hoje estreitei laços com diretores mais jovens como Paul Thomas Anderson e Wes Anderson. Amo e acompanho essa geração: vivo no Greenwich Village. Nós nos encontramos, torcamos roteiros e conselhos.

Quem o senhor consideraria como herdeiros do seu estilo?

Quentin Tarantino. Ele sempre faz coisas visualmente excitantes. Admiro também o talento visionário de Christopher Nolan. Mas, à parte os colossais efeitos especiais, há poucos filmes contados por imagens. É como se tivéssemos, no fim das contas, objetivo de narrar.




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