terça-feira, 31 de agosto de 2010

HISTÓRIAS DE AMOR DURAM APENAS 90 MINUTOS


O Amor e suas armadilhas...

Sou fã confesso do Cinema nacional e volta e meia surge uma pérola que só faz reforçar minha devoção pelo mesmo e "Histórias de amor duram apenas 90 minutos" para mim é uma grata ( e lapidada) surpresa.
Confesso que pelo título não me empolguei tanto, achei que era mais uma comédia romântica água com açucar, mas com Caio Blat no elenco resolvi dar uma conferida.
Aliás, Caio Blat  junto com Matheus Nachtergaele são os atores mais corajosos do cinema nacional. Suas carreiras no cinema seguem em total contra-ponto a carreira na TV.
Muitas vezes acho que a da Tv se encerraria devido as cenas protagonizadas pelos mesmos no cinema . No caso de Caio Blatt nos fortes "Cama de Gato" e "Baixio das Bestas" (com Nachtergaele também no elenco).

 

Quando li a sinopse me identifiquei de cara com o personagem (guardada as devidas proporções).
Zeca é um homem de 30 anos que vive a base da herança da mãe. Apesar da idade é tído como um homem de atitudes adolescentes.
Almeja se tornar escritor, mas não consegue passar da página 50 de seu famigerado e prodigioso livro, para tristeza de seu pai (Daniel Dantas) , um viúvo solitário que após a morte da mulher se refugiou nos livros e via no filho a chance de realizar um sonho para o qual nunca teve o mínimo talento.

 

Zeca é casado com Júlia (Maria Ribeiro sua mulher na vida real) e seu casamento vai mal. Julia segundo ele parecia ter saído de um típico  filme francês: "linda, independente e ... fria, completamente fria".
Ele só pensa em sexo enquanto ela só pensa nos seus estudos.
Passando o tempo entre as tentativas mal sucedidas de fazer sexo com sua mulher e terminar seu livro Zeca vive em total  marasmo até descobrir que pode estar sendo traído ,e o pior, com uma outra mulher, a caliente Carol ( a belíssima atriz argentina Luz Cipriota)

Chocado e humilhado com a bombástica revelação Zeca decide se aproximar de sua rival, numa tentativa segundo ele "obcecada de entender de  maneira desesperada o seu oponente e estabelecer comparações e aceitar aquilo que é inaceitável: ser trocado por outro(a), mas acaba se apaixonando por ela, gerando um engraçado e curioso triângulo amoroso como há muito tempo não se via no cinema nacional.




"Histórias de amor duram apenas 90 minutos" é um filme engraçado e despretensioso, com ótimos personagens e inspiradíssimos diálogos .
 O diretor e roteirista Paulo Halm acerta a mão no seu longa de estréia (e roteirizou "Quem matou Pixote" , "Dois perdidos numa noite seuja" entre outros...) , apostando na leveza e sutileza de situações imprevisíveis e de personagens que fogem do lugar comum e caricatos, muitas vezes nos dando a sensação  de estar sendo um observador de personagens reais, de carne e osso.


Histórias de amor duram apenas 90 minutos, mas o sorriso indisfarçável no seu rosto vai durar bem mais que isso ao subir dos letreiros...




NOTA:9,0


Direção: Paulo Halm
Roteiro: Paulo Halm
Elenco: Caio Blat, Maria Ribeiro, Luz Cipriota, Daniel Dantas, Lucia Bronstein
Fotografia: Nonato Estrela
Montagem: Luis Guimaraes de Castro
Música: Andre Moraes
País: Brasil / Argentina
Ano: 2009
Duração: 90min








FILME COMPLETO

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domingo, 15 de agosto de 2010

ENTREVISTA CHRISTOPHER NOLAN

Nolan em Entrevista sobre seu novo "clássico"

Chegou aos cinemas nacionais o novo e esperado filme do diretor Christopher Nolan (Batman Beggins, Batman cavaleiro das Trevas, O Grande Truque e Amnésia) "A Origem". Filme ja fadado por alguns a obra prima. Anualmente acontece em Las Vegas a ShoWest, feira para exibidores de cinema da América do Norte.Christopher Nolan e a produtora Emma Thoams falaram sobre o filme. Confiram a entrevista que saiu no site Omelete.com.
Em breve "A Origem" será comentado aqui no CINEMOVIES...






Acho que falo por todos quando digo obrigado por nos mostrar trechos do filme hoje.
Christopher Nolan: Ah, obrigado por vir assistir.
Emma Thomas: Nós achamos que já era hora.
CN: Hora de mostrar alguma coisa, sim.

Você manteve esse filme sob um manto de muito mistério. Mas mesmo assim precisa falar sobre ele para promover o filme, já que existe um custo muito alto de produção. Você poderia falar um pouco sobre essa dinâmica? 
CN: Sim, claro. Eu estava justamente falando sobre isso lá dentro, mas eu realmente acredito que para mim as experiências cinematográficas mais gratificantes, como espectador, foram em filmes em que eu não sabia o que esperar. Isso desde que assisti ao primeiro Star Wars quando ainda era criança, em 1977. Meu tio me disse para assistir e que eu provavelmente iria gostar, mas eu nem sabia nada sobre o filme. Me lembro de olhar o pôster e os personagens e não saber nada específico sobre eles. E aí o filme me levou numa jornada incrível. Eu acho que filmes como Avatar, quando você senta e não sabe bem o que esperar, são os tipos de cinema mais empolgantes. São um enorme desafio, do ponto de vista do marketing, porque você precisa dar às pessoas o suficiente, uma razão para ir ao cinema assistir ao filme. Então estamos realmente tentando encontrar um equilíbrio e não aprisionar o filme em mistério ou algo assim. A melhor maneira de explicar o que é A Origem é assistir ao filme e entendê-lo e, espero, que realmente gostem dele. Falar sobre ele é meio complicado. 

Imagino que você teve longas conversas com seus atores, especialmente Leonardo Di Caprio, sobre o conceito do filme, para que vocês todos estivessem alinhados quanto aos sonhos e o que pode ser feito...
CN: Sim, com certeza. Conversava com Leo desde o começo, porque ele foi o primeiro a entrar no projeto. E ele é um ator que é absolutamente exigente em suas demandas, para dar autenticidade ao personagem. A verdade sobre o que ele fala, as verdades subliminares do personagem, as verdades emocionais, a jornada daquele personagem. E assim passamos meses falando sobre o roteiro e reescrevendo. Eu passei muito tempo retocando o script para ter certeza de que a jornada emocional do personagem era a força motriz do filme. Essa é a jornada que a plateia vai acompanhar e ele, como um ótimo ator com carisma e abertura emocional, conduz a plateia nessa jornada.
Você poderia falar um pouco sobre o IMAX e o 3-D? Você realmente foi pioneiro com o que o IMAX poderia fazer pelo Cavaleiro das Trevas, e o 3-D parece ser a revolução e está mudando tudo. Você poderia falar o que você acha sobre o 3-D e também sobre o IMAX? Você filmou Inception em IMAX ou foi tudo feito na pós-produção?
CN: Filmamos a maior parte do filme, o grosso, com película 35mm anamórfico, que é a melhor qualidade e o formato mais prático de todos para filmar. Filmamos algumas sequências-chave em 65mm. Então temos um rolo de negativo que é da maior qualidade possível, abaixo do IMAX. Nós achamos que não poderíamos filmar em IMAX por causa do tamanho das câmeras. Uma vez que este filme lida com um aspecto surreal, que são os sonhos, eu queria que fosse o mais realista possível. Não queria ficar preso ao tamanho daquelas câmeras IMAX, apesar de amar o formato. Então, optamos pela coisa mais próxima disso, que é o 65 mm. Então temos a mais alta qualidade de imagem de qualquer filme que está sendo feito e que também nos permite reformatar o filme para o formato de qualquer distribuidor. Nós com certeza vamos fazer um lançamento em IMAX. Nós estamos empolgados em fazer isso e vamos usar nossos negativos originais em 65 mm para potencializar esse lançamento. Sobre o 3-D, eu acho que é um desenvolvimento interessante. É algo que estamos analisando e assistindo. Existem limitações para filmar em 3-D. Você precisa filmar em vídeo, algo que não sou muito fã. Eu gosto de filmar em película. E então você tem os processos de pós-conversão que estão avançando de maneira muito interessante. Então, para mim, a produção de um filme de grande porte é realmente uma questão de filmar da melhor maneira, com imagem da melhor qualidade possível, para que você possa levar o filme ao cinema da melhor maneira possível. E película 65 mm, película IMAX, VistaVision, 35 mm, esse é o jeito de se fazer isso.


Eu ouvi falar que você está trabalhando nesse filme há 13 anos?
CN: Eu digo o roteiro, especificamente. Trabalhei nele durante 10 anos, 9 ou 10 anos, não me lembro exatamente.
Por quê? É pela complexidade ou por que você teve outros projetos no meio?
CN: Bom, eu com certeza me mantive ocupado durante esse tempo. Acho que eu levei o projeto para o estúdio logo depois de filmar Insônia. E eles ficaram muito animados com minha ideia, mas percebi que não estava pronto para desenvolvê-lo. Não estava pronto para escrever esse filme, naquele momento. Eu acho que nos últimos 10 anos ele ficou na minha cabeça como conceito e como estrutura de narrativa. Mas eu acho que eu não sabia como me relacionar com ele, do ponto de vista emocional. Eu não sabia como terminar o roteiro de maneira emocionante. Eu acho que eu meio que cresci no projeto, de certa maneira, e acho que a entrada do Leo realmente foi o fim desse processo para mim, porque a atenção dele à vida emocional do personagem e o que isso deveria significar para a plateia me fez pensar que eu finalmente encontrei aquela conexão emocional com o material, da qual eu dependia como cineasta. Porque o que eu aprendi sobre mim mesmo nesses anos é que se eu não me comprometer com algo nesse nível, eu nunca conseguirei sustentar meu interesse por ele durante os dois anos necessários para desenvolver o filme.
         E da onde veio essa ideia de roubar uma ideia?
CN: Bom, eu a roubei. É meio arriscado sair por aí roubando ideias, claro. Foi o resultado de... Não me lembro especificamente de onde surgiu essa ideia, mas veio quando eu comecei a explorar o conceito de pessoas dividindo o mesmo espaço em sonhos - entrando e dividindo o mesmo sonho. Isso te dá a possibilidade de acessar o subconsciente de alguém. E como isso poderia ser usado, ou usurpado? Esse foi o ponto de partida. E, claramente, poder extrair informações do cérebro de alguém seria o uso óbvio disso. Com qualquer outro sistema, seja computadores ou mídia física ou o que seja, todos eles podem ser roubados. Até esse momento - ou até esse filme - eu diria, a ideia de que você pode realmente roubar algo de dentro da cabeça de outra pessoa era impossível. Então isso, para mim, parecia uma deturpação fascinante dessa tecnologia.


Emma, você poderia falar sobre como é produzir este projeto, em especial? Como Christopher Nolan mudou durante esses últimos anos - se é que mudou?
ET: Não muito, eu diria. Nós nos conhecemos quando eu tinha 18 anos e o Chris tinha 19. E ele sabia naquela altura, já desde os 10 anos de idade, que ele queria dirigir filmes. Então ele teve uma ambição muito singular. Eu diria que ele não mudou drasticamente, exceto pelo fato de que está certo em dizer que cresceu dentro deste projeto. Basicamente todos os outros filmes que ele fez durante os anos anteriores foram o que este filme é agora. Nós fizemos muitas das coisas que não podíamos fazer nos filmes do Batman, pelas limitações de materiais, ou que seja. E muitas coisas que nós aprendemos a fazer.
Vocês decidem alguma coisa quando estão no set ou já está tudo decidido na pré-produção e pré-visualização e coisas assim?
ET: Normalmente não fazemos muita pré-visualização, mas nossa abordagem é estarmos preparados para qualquer eventualidade para que, quando Chris estiver com os atores no set, eles tenham a liberdade de improvisar, até certo ponto.
CN: É, você tenta ter um plano e um detalhamento para uma cena em uma locação específica, para que todos saibam o que está rolando. Mas aí você tenta trabalhar com pessoas que possam construir esses detalhes com você e tenham a habilidade de ser espontâneo, flexível. Não usamos nada de pré-visualização. Usamos um pouco de storyboard. Pré-visualização de efeitos especiais, e só. E até isso eu acho que tem utilidade limitada, sinceramente. Você consegue construir uma ordem do dia de produção, que é o que Emma consegue fazer juntamente com os chefes dos departamentos com os quais trabalhamos. Já trabalhamos com eles antes, então eles confiam na gente e conseguem funcionar dentro desse modus-operanti, sabe, de simplesmente chegar no set sem saber exatamente o que vai rolar. O que aprendemos em produções de pequeno porte é deixar que os atores definam isso, e aí você conduz a cena com base no que eles disseram. E parece um grande desperdício perder isso quando está rodando um filme maior. Com certeza em Batman Begins, por ser o primeiro filme grande que montamos, tudo tinha que ser feito de maneira muito precisa. E depois dessa experiência conversei com as pessoas do estúdio sobre tentar manter mais da experiência que adquirimos em projetos pequenos nos grandes - deixar que os atores e os personagens conduzam o processo de produção. Acho que todas as pessoas com quem estávamos trabalhando nesse filme realmente abraçaram essa ideia.


Você fez uma série de filmes sombrios e complexos. Você tem algum desejo de fazer algo mais leve?
CN: Não sei, na verdade. Eu realmente não penso os filmes numa oposição entre leve e sombrio. Fico surpreso, especialmente com os dois filmes do Batman, que as pessoas achem que eles têm um tom sombrio. Para mim eles, na verdade, são muito otimistas e estão realmente cheios de coisas que, eu acho, são emocionalmente positivas, tanto quanto há coisas negativas. E acho que o equilíbro entre negativo e positivo é algo que eu realmente busco numa história. Eu acho que A Origem está fundamentado em emoções humanas que são extremamente positivas. Esse equilíbrio entre luz e sombra é algo que me interessa muito numa história, mas acho que nunca defini o que seria esse equilíbrio na minha cabeça. É simplesmente a maneira que eu reajo às coisas, emocionalmente.
Você pode falar sobre como foi trabalhar com o Ken Watanabe?
CN: Foi incrível trabalhar com o Ken novamente. Tive uma ótima experiência em Batman Begins e escrevi o papel já com ele em mente, conforme fui terminando o roteiro. E tem sido maravilhoso trabalhar com Ken, ele tem um talento incrível e muito carisma. Ele é uma ótima pessoa para se ter por perto.
Como é para vocês ter, em essência, a chave do reino na Warner Bros.? Porque vocês parecem conseguir fazer os filmes que querem fazer, além de outras coisas que nem vou entrar em detalhes. Como é estar nessa posição?
CN: Bom, acho que nunca sentimos que estávamos nessa posição. Quer dizer, sempre estivemos desde que fizemos Insônia com eles. Sempre tivemos uma experiência muito positiva com aquele pessoal, eles sempre foram colaboradores muito justos e consistentes. Incentivadores e desafiadores. Sabe, tem sido uma colaboração genuína, nunca tivemos uma situação em que eles disseram "vai lá e faz o que quiser". Eles são muito rígidos com os padrões com que vamos fazer um filme - do jeito que devem ser, porque o dinheiro é deles. É o nome deles na frente do filme, então são colaboradores muito próximos da gente, nesse sentido. E eu não diria que com nosso sucesso passaram a nos tratar de um jeito diferente do que quando começamos. Isso é justamente uma coisa que gosto muito neles. 

Site Omelete

 
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