terça-feira, 7 de junho de 2011

O SOLTEIRÃO

 O Rei Solitário...

Não se engane pelo título em português. O Solteirão não tem nada de engraçado, apesar de um leve toque de humor negro.
"Solitary Man" (Homem solitário), título original que o transmite de maneira mais realista é um filme triste e melancólico sobre um homem que não viu o tempo passar e continua preso ao seu outrora glorioso passado. Um homem que passou a vida toda olhando para trás e tropeçando em tudo que vinha á sua frente, entre elas com certeza várias mulheres, fato que o fez se divorciar de Nancy (Susan Sarandon de " Telma e Louise")
Michael Douglas é Ben Kalmen, ex-dono dono de uma concessionária que foi a falência por causa de uma série de golpes, além de descobrir ter sérios problemas cardíacos.
Apesar dos problemas financeiros ele tenta manter uma vida de status e de aparências.

A única coisa que ainda o aproxima de uma certa humanidade é o contato com sua filha Susan (Jenna Fischer de "Passe Livre") e seu neto, mas até isso ele consegue destruir, como a lenda do ambicioso rei em que tudo que tocava virava ouro, lhe restando viver só, num reino que poderia lhe ser valioso, mas se tornou o seu triste e solitário mundo.



Ben Kalmen namora com Jordan ( Mary-Louise Parker de "Tomates verdes Fritos") com interesse de voltar aos negócios, já que ela é filha de um grande homem de negócios.
Com a sua filha Allysson (Imogen Poots) querendo ingressar na faculdade onde Ben se formou ela o pede que a acompanhe na viagem até a faculdade, mesmo a contra á vontade da filha.

Lembram da história do escorpião que pede para atravessar o rio nas costas do sapo e mesmo após a promessa de não picá-lo, acaba picando-o e o sapo morrendo lhe pergunta: "Eu te ajudei e você me picou? agora nós dois vamos morrer ", e o escorpião lhe diz: "O que posso fazer, sou um escorpião e essa é minha natureza".
Essa velha história também nos faz lembrar muito o personagem de Michael Douglas.




Mesmo com a chance de voltar ao mundo dos negócios, Ben não resiste ao seu instinto de conquistador e se envolve com  Allysson.
Se Ben já estava em queda livre, após a descoberta desse novo caso pela namorada, ele chega ao fundo do poço, mas nem assim o seu orgulho o faz perder a pose. 
Sem casa, sem emprego, sem família só lhe restou os poucos amigos como o velho amigo Jimmy Merino (o também sumido Danny De Vito que já atuou com Michael Douglas em "A Guera dos Roses".
Além de seu mais novo amigo e admirador Daniel Cheston (Jesse Eisenberg num atuação que pouco se difere do nerd de "A Rede Social" de David Fincher que já dirigiu Michael Douglas em "Vidas em Jogo"). Amigo o qual apesar da admiração e conselhos não impede que Ben mais uma vez sem remorso dê vazão ao seu velho instinto de  conquistador.



Michael Douglas já viveu várias vezes o papel de executivo bem sucedido e muitas vezes sem escrúpulos como em "Wall Street", "Assédio Sexual"  ou "Um Crime Perfeito" entre outros, mas dessa vez ele desconstrói esse personagem que o marcou durante tanto tempo.
Muitas vezes o seu personagem chega a ser incômodo devido a arrogância e as suas escolhas, causando uma certa empatia com o público, amenizada pela atuação correta e comedida de Michael Douglas.
No final do filme Ben sentado ao lado da sua ex-esposa no mesmo banco em que se conheceram na faculdade relembra mais uma vez  de forma melancólica o passado em que era um homem poderoso e segundo ele "fazia a diferença apenas por estar numa sala e hoje em dia só os velhos o reconhecem fazendo-o se sentir invisível".

Talvez seu único "amigo" seja seu próprio orgulho que mesmo ser o ter  levado a lugar nenhum, o faz olhar para os lados com aquele velho ar de superioridade e mesmo sem nada a sua volta jamais o abandona. O Tempo é cruel com aqueles que não o aceitam, e é justamente isso que ficará na sua cabeça ao final desse triste e solitário filme...



Título original:Solitary Man
Gênero:Comédia Dramática
Duração:1 hr 30 min
Ano de lançamento: 2010
Estúdio: Millenium Films / Smartest Man Productions
Distribuidora: Anchor Bay Films (EUA) / Califórnia Filmes (Brasil)
Direção: Brian Koppelman, David Levian
Roteiro: Brian Koppelman
Produção: Donna Golomb, Heidi Jo Markel, Paul Schif e Steven Soderbergh
Música: Michael Penn



NOTA: 7.0


1 comentários:

alan_stefano disse...

muito bom conseguiu prender a minha atenção tanto pela atuação do douglas e pelas semelhanças com minha própria vida e de pessoas mais próximas essa obra pode ser chamada de arte

13:17

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