quarta-feira, 6 de agosto de 2014

MISS VIOLENCE

Tragédia Grega

O cinema sempre foi considerado algo mágico!
Através daquela luz que surgia em meio a escuridão,  os sonhos se tornavam realidade e nos transportavam para um mundo onde tudo parecia possível.
No caso de "Miss Violence"(2013), a luz que surge na escuridão é apenas para nos lembrar de que o mundo pode ser pior do que nosso pior pesadelo.
Se o termo tragédia grega não existisse, com certeza seria criado agora depois de "Miss Violence".
Vem da Grécia um dos filmes mais doentios e pesados de 2013.
A premissa dele por si só já seria mais do que suficiente para pisar no freio e perceber que o sinal amarelo está piscando antes de apertar o Play, mas a curiosidade em que você é induzido  por respostas para um fato tão dantesco te faz seguir em frente e quando você se dá conta, o sinal vermelho já foi ultrapassado há muito tempo.





O Filme abre com uma família feliz, dançando e comemorando o 11º Aniversário de Aggeliki (Chloe Bolota). Em meio a balões, beijos, abraços e fotos daquela que parecia ser uma comemoração de uma família perfeita e feliz. Aggeliki então caminha lentamente até a varanda e com um singelo sorriso no rosto simplesmente se joga. Porquê ela fez aquilo? É isso que os promotores de justiça irão tentar descobrir.

A família alega que foi acidente. Chega então a hora de adentrar de maneira lenta e melancólica a alma daquela família e o que vem em seguida é de no mínimo dar um nó no estômago.
Themis Panou é o patriarca da família. Aparentemente um avô dedicado que sustenta a família composta por sua esposa já idosa, sua filha Eleni ,que está grávida do quarto filho e que mais uma vez não sabe quem é o pai e sua outra filha a rebelde Myrto.



Em meio a tragédia que acometeu a família, eles tentam seguir em frente, mas a tristeza presente ali é tão forte que a torna praticamente um membro da família, mais presente do que a própria Anggeliki, que as vezes parece nunca ter existido para eles e a resposta para o seu sorriso antes do mergulho mortal nos vem como um soco no estômago tão forte que ao subir dos letreiros você percebe que a Violência também é um deles e como a própria Angelliki ela não está presente em corpo, mas está na mente e na alma de cada um deles.

A violência psicológica do filme é mais forte do que qualquer violência física. Violência física essa que aparece de maneira breve e até quando aparece , logo é transportada de maneira oculta pra nosso imaginário. Latente em sua forma mais visceral.
"Miss Violence" foi Vencedor do Leão de Prata de direção e da Copa Volpi de melhor ator para Themis Panou no Festival de Veneza.
Um filme forte e pungente do diretor estreante Alexandro Avanas, que nos faz pensar que até no cinema, nem sempre a vida é tão bela quanto pensamos...




DireçãoALEXANDROS AVRANAS
RoteiroALEXANDROS AVRANAS, KOSTAS PEROULIS
FotografiaOLYMPIA MYTILINAIOU
MontagemNIKOS HELIDONIDIS
ElencoTHEMIS PANOU, RENI PITTAKI, ELENI ROUSSINOU
ProdutorALEXANDROS AVRANAS, VASILIS CHRYSANTHOPOULOS
ProduçãoFALIRO HOUSE, PLAYS2PLACE
DistribuiçãoESFERA CULTURAL


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