terça-feira, 17 de abril de 2012

XINGU

Três irmãos, Dois mundos, uma missão...

Desde criança na escola, dando os primeiros passos na história de nosso país aprendemos as clássicas  frases sobre quem descobriu o Brasil e como foi  "pacífica" a chegada dos portugueses em nossas terras em 1500, trocando ouro por espelhos.
"Brasileiro não gosta Índio" diz um dos personagens a certa altura do filme expressando de maneira nua e crua a realidade do nosso país desde os seus primórdios até os dias de hoje, quando índios são queimados em pontos de ônibus por garotos da alta sociedade, como no episódio do Índio Galdino.
Só isso explica a matança desordenada de índios que até a chegada dos portugueses eram por volta de 5 milhões e hoje corresponde a apenas 400 mil em todo o território nacional.

Os índios foram praticamente dizimados e assim como na nossa infância só são vistos nos livros de história e lembrados apenas "no seu dia" , que se tornou apenas uma data em que nossas crianças se vestem de índio.
oucos ousaram  lutar pelos direitos indígenas e entre eles estavam os irmãos Villas-Boas:
Cláudio (João Miguel de "Cinemas Aspirinas e Urubus") Orlando (Felipe Camargo de "Som & Fúria) e Leonardo (Caio Blat de "História de amor duram apenas 90 Minutos e "O Ano em quem meus pais saíram de Férias" - também com o diretor Cao Hamburger) quando se alistam na expedição Roncador-Xingu, pelo Brasil Central em 1940.



Os irmãos conseguem de forma pacífica fazer contato e adentrar o território indígena, mas acabam trazendo também as doenças do homem branco que acaba dizimando metade de uma tribo e a ganância de alguns outros que vêm nas terras indígenas apenas lucro, tratada com pesar pelo personagem de João Miguel: "Nós somos o antídoto e o veneno."



Tentando viabilizar o projeto para o qual foram contratados e lutar pelos direitos do índios Orlando se torna o estrategista do grupo, mas logo percebe que a ganância do homem branco falará mais alto, o que resultará em um grande banho de sangue.
Com muita luta Cláudio e Orlando conseguem fundar o parque nacional do Xingu que comemora 50 anos.





O Diretor Cao Hamburger se mostra mais maduro em relação a seu filme anterior "O Ano em quem meus pais saíram de Férias". É triste ver que o tema é tão pouco explorado no nosso cinema, por isso Xingu vem em boa hora, nos mostrando fatos de nosso país conhecido por poucos , tentando resgatar a história de luta dos irmãos Villas-Boas e do heróico povo Indígena.



FICHA TÉCNICA
Direção: Cao Hamburger
Roteiro: Elena Soarez, Cao Hamburger, Anna Muylaert
Direção de Fotografia: Adriano Goldman, ABC
Direção de Arte: Cassio Amarante
Distribuição: Downtown Filmes, Sony Pictures e RioFilme
Elenco: João Miguel (Claudio Villas Boas),
Felipe Camargo (Orlando Villas Boas),
Caio Blat (Leonardo Villas Boas), Maiarim Kaiabi (Prepori)
Awakari Tumã Kaiabi (Pionim), Adana Kambeba (Kaiulu)
Tapaié Waurá (Izaquiri), Totomai Yawalapiti (Guerreiro Kalapalo)
Participação Especial: Maria Flor (Marina),
Augusto Madeira (Noel Nutels), Fabio Lago (Bamburra)


NOTA:7,0

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